Expointer 2014

Em Santa Maria, égua é preparada para competição colocando mega hair

Juliana Gelatti

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É de conhecimento geral que a preparação dos animais para a Expointer e outros eventos é objeto de um grande investimento e de muita dedicação. Mas a novidade é adaptação para as baias de uma técnica criada em salões de beleza: a colocação de mega hair nos animais para aumentar o comprimento da crina ou da cola.

A égua da raça quarto de milha Ima Wish Royal perdeu parte da cola no ano passado, por conta de um fungo. A doença foi curada, mas os pelos ainda não cresceram o suficiente. Quando ela chegou da cabanha de origem, em São Paulo, ao Centro de Treinamento Luciano Kruel, em Santa Maria, em fevereiro, já se sabia que seria necessário recorrer ao cabeleireiro.

Um dos poucos profissionais especializados em trabalhar com cavalos, Leonardo Ribeiro Ravalha, 28 anos, veio de Santiago na manhã desta quarta-feira para prestar o serviço ao treinador Luciano Kruel.
_ É muito parecido com o trabalho em uma mulher, mas a disposição dos tufos de pelo é que é diferente _ explica o profissional, que após o curso que o habilitou a pôr mega hair em pessoas, fez cursos mais rápidos com veterinários para se especializar no ramo.

Preço pago pelo serviço chega a R$ 6 mil

O investimento na capacitação dá retorno. Para pôr mega hair na cola, o preço varia entre R$ 2,5 mil e R$ 4,5 mil. Já se for na crina, em que o serviço é mais complexo e delicado, o valor vai de R$ 3 mil a R$ 6 mil. O material usado é natural, retirado de outro cavalo.

Para quem dedica os dias a preparar os animais para esse tipo de competição, como Luciano Kruel, essa é somente uma parte do investimento. Durante o tempo mínimo de seis meses de treinamento para a Expointer, os animais são alimentados com ração especial e suplementos para favorecer a formação dos músculos. O treinamento físico na areia, diariamente, também ajuda a deixar a musculatura definida.
_ Todos os dias também ensaiamos o desfile, as paradas e o trote para que, no dia, ela faça tudo perfeito. O animal tem de cumprir muitos requisitos, como a genética e a saúde perfeita, então não são esses outros fatores que devem atrapalhar o resultado _ conta o treinador.

Competições valorizam o animal

O retorno de tanta dedicação é o reconhecimento para a cabanha de origem, que pode angariar clientes e ter a sua genética valorizada, para o treinador, que tem o seu trabalho divulgado, e também a valorização financeira do animal. Uma égua como Ima, que já vem numa campanha ascendente, caso ela seja grande campeã da raça, o seu valor de mercado pode subir até 30%.

Durante a sessão com o cabeleireiro, que duraria até 4 horas, Ima ficou, em geral, tranquila, se virando algumas vezes para espiar o que estavam fazendo com ela. É a segunda vez que ela põe o adereço, na primeira, no começo do ano, o resultado foi a premiação na Expotupã. Além da beleza, ter a cola comprida a ajuda a ter mais conforto, já que ela consegue espantar as moscas.

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